A deputada Linda Brasil (Psol) lamentou na Sessão Plenária da Assembleia Legislativa de Sergipe (Alese) desta quarta-feira (16), o crescimento de casos de violência sexual contra crianças e adolescentes no estado. Ela citou o caso de um homem de 62 anos (motorista de transporte escolar), acusado de estuprar uma estudante com deficiência, em Aracaju. E, destacou a importância de ações visando combater o abuso e a exploração sexual.

“Ontem, um motorista de transporte público foi preso por estuprar uma adolescente com deficiência, em Aracaju. É inadmissível que essa situação aconteça porque após as investigações, foi comprovado o estupro de vulnerável. Esse crime além de despertar muita indignação, também evidencia a gravidade da situação em nosso estado, no que diz respeito à violência e ao abuso sexual contra a criança e o adolescente no nosso estado”, observa.

Linda Brasil lamentou que o estado de Sergipe esteja liderando na região Nordeste, o nº de estupro contra crianças e adolescentes. “Segundo levantamento do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Sergipe chegou a ter 41, 1 casos por 100 mil habitantes, superando assim os estados do Piauí e do Maranhão. O Brasil atingiu o maior número de registro de estupros de vulnerável na história, com 74 mil 930 vítimas, uma média de 36, 9 ocorrências em cada grupo de 100 mil pessoas. O mais grave é que em 78, 5 % dos casos, as vítimas eram crianças de até 14 anos de idade. Até quando crianças e adolescentes sergipanos serão estuprados e quando o estado deixará de ser omisso e começará a se responsabilizar por essas crianças?”, indaga.

A parlamentar disse ser importante a realização de várias ações de conscientização em todo o estado.

“Isso porque infelizmente esses casos acontecem envolvendo pessoas próximas, a exemplo desse que foi divulgado ontem em Aracaju, em que um motorista de uma Pessoa Com Deficiência, mas muitas as vezes são pessoas ligadas ao ambiente familiar, doméstico, que acabam abusando e violentando sexualmente. É preciso que no Dia 17 de Maio, Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual, que a gente possa falar sobre essa situação.porque muitas crianças e adolescentes que são abusadas, muitas vezes nem percebem por ser alguém próximo;ficam até com receio e medo de denunciar, pois às vezes é um padastro; são pessoas próximas e também muitas vezes não percebem que aquele toque é um abuso; é importante a conscientização a partir de debates e de uma discussão mais ampla para a gente pensar formas de combater esse tipo de violência abominável”, enfatiza.

Mulheres em luta

Linda Brasil informou ainda na Tribuna da Alese, ter participado no último final de semana em São Paulo, do Festival Mulheres em Lutas (MEL), promovido pelo Instituto “E Se Fosse Você?”, sob a coordenação da jornalista, ex-deputada federal e ativista Manuela d’Ávila. O evento reuniu lideranças políticas feministas e transfeministas, especialistas e representantes de movimentos sociais de todo o país, com o objetivo de fortalecer a defesa dos direitos das mulheres e o enfrentamento à violência de gênero.

“O objetivo é reunir e organizar mulheres de todo o Brasil para pensar políticas de combate à violência contra as mulheres e também proteger mulheres que já estão na política e estão sofrendo violência. Hoje estamos protocolando um Projeto de Lei que dispõe sobre o observatório da violência política digital de gênero e ou raça, contra mulheres no âmbito estadual. Esse PL é fruto de uma articulação nacional promovida pela rede A Ponte, um coletivo de mulheres que ajudam e fortalecem por meio da criação de formas de proteção, dando condições às mulheres para que possam acessar a política institucional”, explica.

Foto: Jadilson Simões/Agência de Notícias Alese