A deputada estadual Kitty Lima (Cidadania) apresentou o Projeto de Lei nº 22/2025, que propõe instituir o “Dia Estadual do Movimento Polícia Unida”, a ser comemorado anualmente em 9 de maio. A data marca a consolidação de uma das mobilizações mais significativas da história da segurança pública de Sergipe, que resultou na conquista do adicional de periculosidade para policiais civis, militares e bombeiros, ativos e inativos.

“O Movimento Polícia Unida é um símbolo de união, superação de rivalidades históricas e luta legítima por direitos básicos dos nossos agentes de segurança pública”, destacou a parlamentar. “É mais do que justo que essa mobilização entre para o calendário oficial do Estado como um marco de resistência e transformação.”

O movimento teve início com a união inédita de diferentes categorias da segurança pública — incluindo delegados, agentes, escrivães, praças, oficiais, ativos, inativos e pensionistas — em torno da pauta do restabelecimento do adicional de periculosidade, que havia sido extinto. “O mais impressionante foi ver categorias que sempre estiveram em lados opostos caminhando lado a lado, com um único propósito: dignidade e reconhecimento”, frisou Kitty Lima.

Ela lembrou ainda que o movimento não excluiu nenhum grupo, incluindo os aposentados e pensionistas. “Esses profissionais nunca deixaram de correr riscos, mesmo após a aposentadoria. Por isso, era fundamental que eles também fossem contemplados”, disse.

Após dois anos de mobilização intensa — com assembleias, passeatas, carreatas, protestos e forte presença nas redes sociais — o esforço resultou na aprovação da Lei nº 9.204, de 9 de maio de 2023, sancionada pelo governador Fábio Mitidieri (PSD). A legislação restabeleceu o adicional de periculosidade para todos os integrantes da segurança pública. “Foi uma vitória histórica que só foi possível pela força e organização do movimento”, destacou a deputada.

A mobilização ainda deu origem à Lei nº 9.512/2024, que garantiu a continuidade do pagamento escalonado do benefício, com expectativa de sua integralização até o próximo ano, atingindo 30%.

Kitty Lima enfatizou que o legado do movimento vai além das conquistas materiais. “O Polícia Unida se tornou referência nacional por romper barreiras e consolidar uma união verdadeira entre civis e militares. Esse feito não pode ser esquecido, precisa ser lembrado e celebrado”, afirmou.

Atualmente, o movimento possui personalidade jurídica própria, como associação ativa, presidida pelo sargento Adelmo Moraes dos Anjos. Sua diretoria segue representando de forma igualitária todas as categorias envolvidas.

Foto: Jadilson Simões| Agência de Notícias Alese